28 de novembro de 2010, 7h59: A história do Rio de Janeiro começa a ser modificada. 2.700 homens, 6 helicópteros, 16 blindados, 4 tanques, quase 200 viaturas, transmissão ao vivo das 2 maiores emissoras de TV do país.
Em frente ao 16º Batalhão de Polícia Militar, dezenas pessoas aglomeravam-se na rua, pedindo informações a policiais e fuzileiros navais. Ouviam-se tiroteios separados por longos intervalos. Minutos depois vinha a confirmação, sem encontrar grande resistência, os militares chegaram ao topo do maior complexo de favelas do Rio de Janeiro.
Está sendo muito mais fácil do que a gente imaginava. Os moradores vêm agradecer
Militar que participou da invasão ao Alemão
É a mesma coisa que conquistar a lua
Henrique Lima Castro, relações públicas da PM
O Complexo do Alemão já está sob domínio do estado
Rodrigo Oliveira, subsecretário da Polícia Civil no primeiro anúncio oficial do sucesso da operação
O Alemão era o coração do mal
José Mariano Beltrame, secretário de segurança
Agradeço ao Bope por ter capturado meu filho vivo
Ivanildo Dias Trindade, pai do traficante Pingo
Mais alguns minutos se passaram e o Brasil assistiu outra cena emblemática. Em uma cena típica de guerras, o lado vencedor hasteia suas bandeiras. Felizmente, dessa vez foram as bandeiras do Rio de Janeiro e do Brasil que tremularam lá no alto.
Não existe herói nessa guerra, mas os caras terem refletido ontem que não valia a pena morrer por algo sem sentido foi uma vitória
Celso Athayde, autor de Falcão - Meninos do tráfico
Zeu, cadê o machão?
Moradores durante prisão de traficante
Nunca passei por isso. Fiquei em casa, esperando acabar. Vim na rua agora, mas não gosto de ver tanta polícia
Daniel, morador do Alemão que tem 9 anos
A minha satisfação é poder trazer a paz a essa comunidade. Fizemos história reconquistando a Vila Cruzeiro e o Alemão
Henrique Cerqueira, policial civil
Vencemos. Trouxemos a liberdade para a população do Alemão. Agora é trabalho de busca, procura, prisões e apreensões. Menos resistência
Mário Sérgio de Brito Duarte, comandante geral da PM
Durante a tarde, os bandidos que seguiam dentro do morro começam a se entregar. Entre eles, o assassino do jornalista Tim Lopes que fora solto pela Justiça 3 anos antes em um indulto. Antes, uma mansão do tráfico com direito a piscina, ar-condicionado e TV em todos os cômodos e até um quadro do cantor Justin Bieber é tomada.
Pode não ter sido o fim da guerra, mas sem dúvidas é a vitória em uma batalha que ficará marcada para todos os cariocas.
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